segunda-feira, 12 de maio de 2008

Ambiente



O ambiente é o espaço por onde circulam personagens e se desenrola o enredo. Em alguns casos, é de importância tão fundamental que se transforma em personagem, como no caso do colégio interno em O Ateneu, de Raul Pompéia, e da habitação colectiva em O cortiço, de Aluísio Azevedo.




Definições:

Fatores materiais:


naturais - estiagens, selvas, inundações, etc.


artificiais - cidades, local de trabalho, habitações, etc.



Fatores mentais:









Preconceito, ideologias, religião, etc.


Dependo da forma que o autor utiliza a força ambiental, sua classificação pode ser pictórica (quando se predomina os elementos materiais) e atmosférica (quando se predomina os elementos mentais).



Ponto-de -vista e suas variáveis classificações:

Ponto-de-vista: é o elemento da narração que compreende a perspectiva através da qual se conta uma história. É, basicamente, a posição a qual o narrador, enquanto instância narrante ou voz que articula a narração, conta a história. Os pontos de vista mais conhecidos são dois: Narrador-Observador e Narrador-Personagem.






O Narrador-Observador é aquele que conta a história através de uma perspectiva de fora da história, isto é, ele não se confunde com nenhum dos personagens. Este foco narrativo se dá, predominantemente, em terceira pessoa e pode ser dividido em:



-Narrador-Observador Onisciente: É o narrador que tudo sabe sobre o enredo, os personagens e seus pensamentos. A onisciência do narrador pode ou não se limitar a apenas um dos personagens da história .


Exemplos: Fielding, em Tom Jones; Tolstoi, em Guerra e Paz, Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector.


-Narrador-Observador Câmera: Este narrador não tem a ciência do que se passa nas mentes dos personagens da história, mas conhece tudo sobre o enredo e sobre qualquer outra informação que não sejam intimas da psique dos personagens.

Exemplo: Goodbye to Berlin, romance-reportagem de Isherwood.


O Narrador-Personagem é aquele que conta a história através de uma perspectiva de dentro da história, isto é, ele, de alguma forma participa do enredo, sendo um dos personagens da história, usando a Primeira Pessoa para se contar historia. Pode-se classificar o Narrador-Personagem em:
-Narrador-Personagem Protagonista: Este narrador é a personagem principal da história, narrando-a de um ponto de vista fixo: o seu. Não sabe o que pensam os outros personagens e apenas narra os acontecimentos como os percebe ou lembra.


Exemplos: Grande Sertão: Vereda, Guimarães Rosa; Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.



-Narrador-Personagem Testemunha: É o narrador que vive os acontecimentos por ele descritos como personagem secundária. É um ponto de vista mais limitado, uma vez que ele narra a periferia dos acontecimentos, sendo incapaz de conhecer o que se passa na mente dos outros personagens.


Exemplo: Memorial de Aires, de Machado de Assis; As Aventuras de Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle.




Alguns Conceitos...



Mímese( distinção de poiesis, na poética)


A mímesis não é mais representação da natureza e não pressupõe uma realidade anterior à linguagem. O real se coloca como construção e se constrói a partir do ato de representação.È a recriação do real.(=mímesie,verossimilhança).


Tanto Platão quanto Aristóteles viam, na mimesis, a representação da natureza. Contudo, para Platão toda a criação era uma imitação, até mesmo a criação divina era uma imitação da natureza verdadeira (o mundo das idéias). Sendo assim, a representação artística do mundo criado por Deus (o mundo físico) seria uma imitação de segunda mão. Ou seja, para Platão mimesis é imitação.
Já Aristóteles via o
drama como sendo a “imitação de uma ação”, que na tragédia teria o efeito catártico. Como rejeita o mundo das idéias, ele valoriza a arte como representação do mundo. Esses conceitos estão no seu mais conhecido trabalho, a Poética. Ou seja, para Aristóteles mimesis é representação.
Mais recentemente
Erich Auerbach, Merlin Donald e René Girard escreveram sobre a mimesis



CATARSE


Liberação de sentimentos através da emoção causada pela arte.
Catarse é a purificação das almas por meio da descarga emocional provocada por um drama. Este é um conceito teorizado por Aristóteles.
Segundo o filósofo, para suscitar a catarse era preciso que o herói passasse da dita para a desdita, ou seja, da graça para a desgraça. E mais ainda: não pode ser por acaso, e sim por uma desmedida, ou seja, por uma ação ou escolha mal feita do herói.